Considerado um dos mandantes da Chacina de Unaí, Antério Mânica deverá cumprir uma pena maior. No julgamento realizado nessa terça-feira (21), a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) deu provimento ao recurso de apelação interposto pelo Ministério Público Federal (MPF), aumentou a pena de Antério Mânica, de 64 para 89 anos, e determinou a execução imediata da pena.

Para o superintendente regional do Trabalho em Minas, Carlos Calazans, “passados quase 20 anos, finalmente a justiça começa a ser uma realidade”.

Na mesma sessão, também foi julgado um recurso da defesa pedindo anulação do segundo júri com base em supostas nulidades, todas rechaçadas pelo TRF6.

Antério foi condenado como um dos mandantes do quádruplo homicídio de servidores do Ministério do Trabalho e Emprego ocorrido em 28 de janeiro de 2004, no episódio que ficou conhecido como Chacina de Unaí. Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonsalves e Aílton Pereira de Oliveira foram assassinados quando faziam fiscalização em fazendas do Noroeste de Minas.

Antério Mânica foi julgado duas vezes pelo Tribunal do Júri em razão dos mesmos fatos. A primeira condenação ocorreu em 2015, quando ele recebeu pena de 99 anos, 11 meses e 4 dias. Porém, cerca de três anos depois (2018), o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) acatou recurso da defesa e, por maioria de votos, vencido o relator, anulou o primeiro resultado, determinando a realização de novo júri.

No segundo julgamento, realizado em 27 de maio do ano passado, o Conselho de Sentença condenou novamente o réu pelo crime de quádruplo homicídio, triplamente qualificado, por motivo torpe, mediante sem possibilidade de defesa das vítimas e para assegurar a impunidade de outro crime.

Mânica se entregou a polícia em 16 de setembro de 2022, e permanece preso desde então.

Em nota, a defesa de Mânica informou que “na visão da defesa a decisão é injusta e ilegal, pois o julgamento pelo júri é nulo por vários motivos. A defesa vai recorrer, primeiro no próprio TRF6 e depois ao STJ”.

FONTE:HOJE EM DIA